Desenvolvimento comunitário potencializa sonhos e vocações de crianças e adolescentes em várias regiões do país
Iniciativas socioeducacionais são aliadas de políticas públicas e ajudam a combater a criminalidade
Alex da Silva, conhecido como Poseidon, foi abandonado pela mãe e seu pai também não estava preparado para a paternidade. Pressionado constantemente a se envolver com o tráfico de drogas, resistiu e encontrou no surf um aliado para sua jornada de transformação e desenvolvimento pessoal. Cauê Lunardi é autista e sempre teve dificuldades de socialização, mas desde que começou a praticar rugby, houve melhorias perceptíveis na sua interação e comunicação com outras pessoas. As histórias de Poseidon e Cauê possuem um denominador comum: ambas simbolizam as centenas de crianças e adolescentes beneficiados pelo Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral (CADI Brasil).
A coalizão de organizações sociais cristãs atua prioritariamente na proteção à infância, à adolescência e à família, por meio do desenvolvimento comunitário em regiões de vulnerabilidade social. Suas unidades estão localizadas em sete estados e oito municípios brasileiros: Valença (BA), Camaçari (BA), Gaibu (PE), Porto Velho (RO), Aratuba (CE), Maré (RJ), Fazenda Rio Grande (PR), Palhoça (SC). Cauê participa da unidade de Fazenda Rio Grande, enquanto Poseidon é atendido em Gaibu. Neste Dia das Crianças, eles simbolizam o quão significativos são os impactos causados por projetos dedicados à infância.
As unidades de intervenção social do CADI Brasil gerenciam projetos socioeducativos que atuam preventivamente na garantia e defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Dialogando diretamente com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o CADI assegura o direito à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao respeito, à dignidade e à convivência familiar e comunitária.
“O ECA estabelece que a criança é considerada prioridade absoluta para o estado e para a sociedade brasileira. Dentro dos 32 anos de existência do ECA, há 28 anos, o CADI está nesta trajetória servindo crianças, adolescentes e suas famílias em contextos de vulnerabilidade e risco social, assumindo a infância e adolescência como público prioritário em nossos projetos. Hoje, nossas unidades executam projetos que fortalecem o acesso aos direitos de crianças e adolescentes em locais distintos. São diferentes realidades, mas o esforço de nossas equipes é o mesmo: assegurar a prioridade da criança e adolescente no acesso aos seus direitos”, pontua Marcel Camargo, diretor executivo do CADI Brasil.
Combater a pobreza durante a infância pode reduzir em quase um quarto o risco de o jovem cometer crime, de acordo com pesquisa realizada no Brasil e publicada na revista Scientific Reports. Em matéria publicada na Agência FAPESP, Luciana Constantino mostra que a pobreza é um fenômeno complexo e que não é solucionado apenas com a melhoria das condições de renda, mas também com o acesso a políticas públicas.
Por isso, projetos socioeducativos são vitais para mudar esse cenário. “Nós vislumbramos um mundo onde todas as crianças tenham oportunidade de exercer a plenitude de seu potencial. Vislumbramos uma sociedade capaz de nutrir um ambiente de condições iguais para que todas as crianças possam desenvolver seus sonhos. Este também é o nosso sonho”, complementa Marcel.
Educação e cidadania
Em Aratuba (CE), o CADI possui o Projeto Um Toque de Esperança, que oferece oficinas culturais, educacionais e de cidadania, contribuindo para a redução do analfabetismo funcional na infância e na adolescência. Outro destaque do município é o Projeto Capacita Aí, que também ocorre em Cabo de Santo Agostinho (PE) e no Complexo da Maré (RJ). A iniciativa possibilita o acesso a cursos para formação técnica, o desenvolvimento de soft skills e orientação profissional para o ingresso de adolescentes e jovens no mercado de trabalho.
Em Camaçari (BA), o Projeto PEPE realiza atividades de fortalecimento da aprendizagem para crianças de 4 a 5 anos. No mesmo estado, em Valença, há o Projeto Acreditar para Transformar, que promove oficinas de leitura e cidadania, e o Projeto Teclife, que incorpora a tecnologia ao processo de aprendizagem, oportunizando a crianças e adolescentes acesso às oficinas de robótica. As oficinas permitem a montagem de protótipos que simulam o mundo real e criam um ambiente para experimentação e descoberta dos princípios tecnológicos, contribuindo para o desenvolvimento do letramento científico e do raciocínio lógico.
O CADI Valença também promove a qualificação de adolescentes para o mercado de trabalho por meio do Projeto Investindo em mim isso vai ter um retorno, cujos cursos abordam atendimento ao cliente, negociação, educação financeira e informática. “São mais de dez iniciativas que atendem crianças, adolescentes e seus familiares empreendidas nas unidades do CADI, em total convergência com a agenda estabelecida no artigo 4 do ECA: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”, enfatiza Marcel.
Esporte: habilidades cognitivas e socioemocionais
O esporte também é outra área crucial para a OSC. Em Fazenda Rio Grande (PR), o Projeto Escola de Oportunidades realiza oficinas de futebol, ginástica acrobática, karatê, muay thai e rugby. No Complexo da Maré (RJ), crianças e adolescentes praticam diferentes modalidades como balé, acroesport, capoeira, jiu jitsu, muay thai e tênis de mesa graças ao Projeto Maré Ativa. Na unidade de Cabo Santo Agostinho (PE), o esporte é trabalhado em conjunto com o meio ambiente no ecosurf, que desenvolve habilidades cognitivas e socioemocionais.
A prática esportiva aprimora a coordenação motora, a concentração, o raciocínio lógico, a memória e, simultaneamente, ensina os alunos a ter disciplina, autoconfiança, a lidar com frustrações, a trabalhar em equipe, a compreender situações e estratégias, a ter consciência de si mesmos e do coletivo, a ter criatividade e a aprender a lidar com as diferenças. Isso auxilia no amadurecimento e também na aprendizagem em sala de aula, já que muitas situações vivenciadas no esporte ocorrem no dia a dia.
Sobre o CADI Brasil
O Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral (CADI Brasil) é uma coalizão de organizações sociais cristãs que atua prioritariamente na proteção à infância, à adolescência e à família por meio do desenvolvimento comunitário em regiões em situação de vulnerabilidade social. Fundado em 1994, o CADI possui um programa de apadrinhamento de crianças e adolescentes, atua em ações emergenciais para o enfrentamento à fome e desenvolve projetos sociais com interface na cultura, educação, esportes, formações técnicas e profissionais, com o objetivo de aumentar a qualidade de vida dos beneficiados. A OSC atua em sete estados e oito municípios: Valença (BA), Camaçari (BA), Gaibu (PE), Porto Velho (RO), Maré (RJ), Fazenda Rio Grande (PR), Palhoça (SC) e Aratuba (CE). Mais informações: https://cadi.org.br/
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