A representatividade que precisa sair do papel
Já avançamos um pouco quando falamos em leis antirracismo e pró equidade. Porém, muito ainda é preciso ser feito para que a verdadeira representatividade saia do papel e chegue realmente ao ambiente escolar. Para Clecia Aragão O., CEO da Pingue Pongue Educação, e para Tatiana Santos, pedagoga e Consultora Antirracista, as soluções passam pela formação continuada e pela ampliação da representação e da representatividade de uma forma ampla.
O que falta para a equidade racial no Brasil efetivamente acontecer? Graças a lei de cotas e a obrigatoriedade, hoje, do ensino da história e da cultura afro-brasileiras nas escolas, aparentemente evoluímos um pouco no assunto. Mas há muito ainda por desbravar para que cheguemos um pouco mais perto de um panorama efetivamente condizente com a realidade brasileira.
“Conhecer e honrar a história dos povos afro-indígenas, reverenciar nossa ancestralidade e nos reconhecer diversos é uma obrigação enquanto cidadãos”, enfatiza Clecia Aragão O. CEO da Pingue Pongue Educação, empresa que nasceu para ampliar o olhar sobre a questão da inclusão e da diversidade e que oferece produtos exatamente para trabalhar a representatividade na infância, um trabalho ainda árduo e que demanda formação constante.
Segundo a pedagoga e Consultora Antirracista Tatiane Santos, que realiza um trabalho de promoção da equidade e enfrentamento ao racismo no ambiente escolar e escreve a coluna Papo de Mãe, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista: “não dá mais para ficarmos em cima do muro, é preciso escolher um lado e agir. E parte de agir está na escolha do que consumimos e do que apresentamos às nossas crianças”, ela explica.
Tatiane é mãe e conhece bem as dores que ainda acompanham a educação no Brasil: “podemos dizer que melhorou muito desde a minha infância para a infância do meu filho, mas ainda temos muito trabalho pela frente”. Foi pensando em tudo que ainda temos que fazer que ela escreveu o livro infantil Super Black: e o poder da representatividade, no qual seu filho de 6 anos é o protagonista.
No sentido de incentivar a equidade, produtos que tragam a representação e a representatividade da diversidade racial no Brasil são fundamentais. Tatiane lembra: “é preciso ter acesso a imagens, histórias, interações sociais que sejam diversas. Não adianta ficar no discurso”. Ela lembra que não adianta comprar um livro com crianças negras, por exemplo, e oferecer para o filho como se aquilo fosse algo diferente: “o olhar antirracista parte da forma de abraçar a diversidade, também, e nesse sentido, é preciso tornar natural”.
Para Clécia, construir um caminho que leve a um futuro mais justo e com mais diversidade deve ser o papel das companhias, especialmente aquelas que têm na infância e na educação seu principal escopo. “A Pingue Pongue tem o compromisso de proporcionar, por meio de jogos educativos, experiências lúdicas e transformadoras, com o foco principal na inclusão social, étnica, cultural, e no respeito às diversidades”.
A Pingue Pongue veio fazer foi ampliar a consciência sobre o tema e abrir o universo, seja ele qual for, não apenas para a pessoa com deficiência, mas para todo mundo, por isso o ‘inclusão para todos’. Na verdade, a palavra de ordem é equidade”.
Entre os produtos da Pingue Pongue estão projetos e jogos educativos que promovem a diversidade e a inclusão, títulos em braille, como é o caso do projeto Tchau Mixirica, que, além da questão da acessibilidade, também traz um olhar lúdico e cuidadoso sobre o luto, incluindo esse tema e a valorização da vida de forma amorosa no universo infantil.
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