3 autoras para ler durante as férias

 Tomaz Adour, fundador e editor-chefe da Editora Vermelho Marinho, indica três livros de escritoras mulheres imperdíveis para ler na praia, de casa, ou de qualquer local durante as festas de final de ano

São Paulo, novembro de 2022 - Você gosta de ler? A pandemia da covid-19 fez com que muitos brasileiros adotassem o hábito da leitura. Segundo pesquisa recente do  Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a comercialização de livros aumentou 7,52% em volume e 11,44% em valor, em comparação com 2021.

“O crescimento na comercialização de livros mostra que as pessoas estão procurando ler mais no dia a dia, estão em busca de algo que possa acrescentar a suas vidas na área cultural”, avalia Tomaz Adour, editor-chefe e fundador da Editora Vermelho Marinho.

Tal crescimento também é notado no interesse maior por escritoras mulheres. Segundo a plataforma Club dos Autores, entre 2019 e 2022, o número de autoras passou de 34% para 44%. “A literatura brasileira tem grandes nomes femininos, elas estão em toda parte, tanto nos clássicos quanto nos livros contemporâneos”, conta Adour.

Pensando nisso, Adour listou três livros de autoras brasileiras para conhecer durante as férias: 

 

Música na Alma - Lygia Marina

Crédito: Editora Vermelho Marinho

 

Em “Música na Alma” de Lygia Marina, uma das musas de Tom Jobim, retrata como era a vida no final da década de 50 e a convivência com esses grandes nomes da música, como o Rio de Janeiro de cenário. 

“O livro é um gênesis do que foi o Rio de Janeiro nos últimos 60 anos. Lygia não só conviveu com as principais pessoas da cultura, da literatura e música, mas também participou de toda a história cultural do Rio, sendo presidente da Casa de Cultura Laura Alvim, trabalhando na Casa França-Brasil e em outros lugares. Quem quiser conhecer o que foi o Rio de Janeiro nos últimos 60 anos precisa ler esse livro”, comenta  Adour. 

 

Sem Vergonha na Cara - Silvia Pliz 

Crédito: Editora Vermelho Marinho

 

Reunindo escritos de publicações tão ecléticas quanto as revistas Playboy, Piauí e sua coluna no O Globo."Sem Vergonha" é um livro que ecoa o som e a fúria de tempos mais felizes de uma cidade infinitamente mais feliz. Tempos em que havia mulher pelada na Sapucaí e na novela das oito, palavrão no Pasquim e no Maracanã, despacho nas esquinas e nas casas de macumba – e nos quais cancelamento era algo que praticamos apenas contra cartões de crédito roubados.

Os textos de Silvia merecem ser lidos com uma atitude que mistura duas coisas aparentemente antagônicas: saudade e resistência. Saudade, porque não há como correr os olhos por parágrafos de tão cortante sinceridade sem recordar com carinho do país no qual um dia vivemos e, sobretudo, das pessoas que já fomos. Resistência, porque é impossível ver a alma da autora escancarada e escarrada em tinta nestas páginas sem querer lutar para que o mundo que nos cerca finalmente saia desse longo e insustentável transe.

Isso pode parecer rasteiro e talvez até um tanto óbvio – mas, nos dias de hoje, não ser babaca é quase uma forma de oração.

 

Box Júlia Lopes de Almeida 

Crédito: Editora Vermelho Marinho

 

Júlia Lopes de Almeida foi considerada uma mulher à frente de seu tempo, pois defendia ideias como a abolição da escravatura, a República, o divórcio e os direitos intelectuais das mulheres, educação formal e voto feminino. A autora foi a única mulher a participar do planejamento para a fundação da Academia Brasileira de Letras, mesmo não recebendo uma cadeira entre os intelectuais que seguiam o padrão sexista da Academia Francesa, onde mulheres não eram aceitas. 120 anos após a formação da Academia, Julia foi homenageada, como forma de restituir seu nome a como uma das fundadoras. 

“Júlia estava à frente de seu tempo. Quem descobre Júlia hoje sente estar lendo uma autora contemporânea. E os leitores irão descobrir, nesta edição comemorativa, porque Filinto era um talento à altura da maior escritora da literatura brasileira, considerada por seus contemporâneos a ‘Machado de Assis de saias’”, acrescenta o editor. 

 

Sobre a Editora Vermelho Marinho: Sediada no Rio de Janeiro, publica desde obras contemporâneas a clássicos inéditos ou há muito tempo fora de catálogo no Brasil. Há mais de 8 anos tem o selo “O Melhor de Cada Tempo”, que visa publicar obras em domínio público que foram grandes sucessos em sua época, e que não têm edições brasileiras atuais, ou nunca tiveram. É a única editora a redescobrir autores/clássicos esquecidos, reconhecendo sua importância para a sociedade e demonstrando como temas centenários ainda estão presentes em nossa sociedade. Além dos 1200 títulos clássicos prontos para serem lançados, a editora ainda tem mais de 10.000 volumes de livros esquecidos que estão sendo atualizados com o novo acordo ortográfico para serem publicados nos próximos anos. 

 

Mais Informações:
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