Vozes da diversidade: poesias que quebram barreiras

 Editora Baderna Literária transforma batalha de Slam em antologia poética; produção é composta apenas por mulheres, travestis, homens trans e não binaries de países latino-americanos

Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, México, República Dominicana e Venezuela. É por meio do Slam, torneio de poesia falada, que as vozes de mulheres, travestis, homens trans e não binaries da América Latina ecoam no livro A língua quando poema | La lengua cuando poema, publicado pela Editora Baderna Literária em edição bilíngue: português e espanhol.

Organizada por Carolina Peixoto e Pam Araujo, poetas, produtoras culturais e idealizadoras da Slam das Minas SP – uma das principais coletivas de poesia com recorte de gênero do Brasil – a obra reúne poesias inéditas escritas por 28 slammers de países latino-americanos e brasileires de diversas regiões. Entre as 210 páginas, o livro conta com diversidade lírica e pluralidade poética ao abordar sobre a vida à margem da sociedade, feminismo, violência contra a mulher, pobreza, identidade de gênero e desigualdade.

 

Somos Escrevivência  
pois nossas escritas  
falam de vidas  
de sonhos ressignificados  
de povos que recuperaram a estima,  
o afeto,  
e o reflexo de nossas belezas  
ao olhar para a margem 
— e jogamos fora teus espelhos
(A língua quando poema, p. 31) 

Mais que uma antologia poética, A língua quando poema é um registro histórico do processo de mudança pelo qual vem passando o movimento de Slam na última década, considerando o gênero dos participantes. A pesquisa, realizada pela Pam Araujo, revela que as batalhas classificatórias para a Copa do Mundo de Slam, que no início eram compostas apenas por homens cis, atualmente tem maioria de mulheres, que representaram 62% dos participantes no Slam BR 2021. 

Fruto do talento de todes poetas que passaram pela 1ª Jornada Latines Slam das Minas SP 2021, imersão sob a ótica do Slam brasileiro, a obra não separa os poemas por grupo de línguas. Segundo os autores, isso foi pensado justamente porque o Slam é poesia viva e, mesmo presa ao papel, precisa carregar a voz de quem a escreveu. Assim, todos os textos são apresentados primeiro na língua materna dos escritores, seguidos pela sua respectiva tradução para quando a limitação do idioma se faz barreira.

FICHA TÉCNICA 
Livro: A língua quando poema 
Organizadoras: Anna Carolina de Freitas Peixoto e Pamella Soares Araújo 
Editora: Baderna  
ISBN/ASIN: 978-65-996525-1-6 
Páginas: 210 
Preço: R$ 69,90
Data de Lançamento: 01/06/2022 
Onde comprar: Baderna Literária 

Sinopse: A obra traz textos em português e espanhol de todes poetas que passaram pela Jornada Latines, evento internacional que reuniu poetas de nove países da América Latina com diversas artistas brasileires de todas as regiões, para batalhas de poesia e oficinas formativas ligadas à literatura. O livro traz também uma breve contextualização histórica sobre o Slam no Brasil. 

Sobre as organizadoras: A paulista Carolina Peixoto é formada em pedagogia e há 10 anos dedica o seu talento a literatura, poesia e a produção cultural. Além de artista, ela é organizadora da coletiva Slam das Minas SP, primeiro Slam com recorte de gênero da cidade de SP, e idealizadora do coletivo Poetas Ambulantes, que declama e distribui poesia nos transportes públicos de São Paulo. O trabalho da Carolina não parou no Brasil, no ano passado ela foi responsável pela I Jornada Latines Slam das Minas, que reuniu artistas de 9 países da América Latina. É autora de dois livros infantis e um livreto de poemas. 

Pam Araujo é escritora, educadora e produtora cultura, com livros e dois fanzines publicados. É idealizadora da Slam das Minas SP, projeto que trouxe visibilidade, ambiente de fala, de acolhimento e principalmente de escuta, trazendo novas perspectivas às pessoas que não eram ouvidas. Engajada no mundo literário, ela foi coidealizadora de concursos literários no Brasil e também foi responsável pela criação de projetos de incentivo à cultura para mulheres, crianças e pessoas em situação de rua. É a autora das ilustrações das poetas, no miolo do livro.

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